terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Fado Vadio


Andava eu a gamar descansadinho
Numa rua da alta, lá na baixa.
Mas veio a bófia, e eis que num instantinho
Dei corda aos meus sapatos de borracha!

Ao outro dia estava eu em plena praça
A vender um autocarro da carris.
Chegou a moina, outra corrida, ai que desgraça!
E dessa vez foi mesmo por um triz...

Arranjei então vida mais pacata:
Duas gajas por conta, era limpinho.
Até que um dia as gajas (ganda lata!)
Pegaram na massa toda e adeuzinho!

Podia-vos estar aqui a contar o resto
Mas vós bem o podeis adivinhar.
E vou postar aqui este protesto:
É que assim não se pode trabalhar!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Rio Douro


Ontem, caminhava sobre as águas – tal como Cristo me ensinou pela voz da Alexandra Solnado – quando reparei que molhei os pés.
Isto só por si não teria qualquer problema, não fora o facto de que quando molho os pés começo a espirrar. E de cada vez que espirrava, era empurrado para trás. Isto tornou-se irritante, e impedia-me de avançar.
E ali estava eu, em cima da água, a tentar caminhar para qualquer destino, mas não conseguia sair do sítio.
Chateado, fui embora aaatchim a caminhar para trás.

Benvindos !

Estou de fugida para a irrealidade.
Vou dar uma escapadinha a lugares da memória, depois sigo para ilhas paradisíacas da imaginação.
Vou voar até às luas do delírio, e mergulhar fundo em mares de embriaguez.
Quero fazer o impossível.
Entrar noutra dimensão.
Quero usar cem caras, e representar cenas virtuais.